"Todos dizem ser forte o rio que tudo arrasta. Ninguém diz serem fortes, as margens que o comprimem"

terça-feira, 19 de junho de 2012

Actores filmam à borla

"Comércio do Porto!", grita o ardina. Segue-se a actriz Cleia Almeida, vestida à homem, e um polícia (João de Carvalho) que a leva presa. As cenas são em Lisboa, nos jardins do Palácio Ribeiro da Cunha, onde se recria o Porto de 1860. E fazem parte de ‘Maria Coroada’, mulher de meados do século XIX, líder de uma seita de Granja do Tedo (Tabuaço), regida por estranhos ‘mandamentos’.





É a vida dela que Carlos Coelho da Silva quer pôr em filme, série de televisão e documentário, e, para cumprir esse propósito, fez primeiro um ‘teaser’. A compilação de breves minutos de filmagens (que resumem o conceito do projecto) vai depois ser ‘vendida’ a televisões e investidores.
"Lá fora faz-se muito isto, mas por cá não é comum. Estou a filmar em dois dias um ‘teaser’, um resumo de cinco minutos da história da Maria Coroada para vender o projecto", explica ao CM o realizador de ‘O Crime do Padre Amaro’ e ‘Amália – O Filme’. Aliás, muitos actores das suas obras anteriores estão em ‘Maria Coroada’. Para já, "todos a trabalhar ‘pro bono’", técnicos inclusive. Sandra Barata Belo, que já foi ‘Amália’, é disso exemplo. Para Carla Chambel, que interpreta o papel da irmã de Maria Coroada, "este é um projecto de qualidade garantida à partida".
Também Jel, Diogo Morgado, Luís Mascarenhas, entre outros actores, foram unânimes na adesão, sem cachet, a este ‘ensaio’ do que deverá tornar-se numa megaprodução – uma vez encontrados os apoios e exibidores interessados. "Como o cinema está, com tudo parado, esta é a única forma de fazermos pela nossa profissão", diz, em nome de todos, Sofia Grilo, a ‘viúva rica’ que adere à seita liderada por Maria Coroada por "diversão". 

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