Diogo Morgado: "Tenho necessidade de privacidade"
A viver e a trabalhar no EUA, Diogo Morgado voltou a Portugal para promover o filme ‘Virados do avesso’. Antes de regressar às gravações de ‘The Messengers’, o ator falou dos seus novos projetos profissionais.
Interpretou Jesus Cristo na série ‘A Bíblia’ e no filme ‘O Filho de Deus’. Agora fez o homossexual João Salgado, em ‘Virados do Avesso’. Foram as personagens de maior relevo na sua carreira?
Não sei como responder a essa pergunta. Foram todas desafiantes. Sinto que comecei há bocadinho. Durante muitos anos achei que cada coisa que fazia seria a última. Estava convencido de que as pessoas iam acordar e dizer que não tinha jeito nenhum para isto.
A apresentadora norte-americana Oprah Winfrey intitulou-o de ‘Hot Jesus’. Considera-se um ‘sex symbol’?
Não. Os americanos têm muita dificuldade em dizer o meu nome, então é mais fácil chamarem-me outra coisa [risos].
Como foi interpretar Jesus Cristo?
Foi mais importante do que alguma vez achei que fosse. Apercebi-me de que o que fiz vai permanecer até muito depois de eu morrer.
Sabendo que é uma pessoa espiritual, sentiu uma grande responsabilidade no papel?
Não acredito que as minhas convicções pessoais tenham a ver com aquilo que foi feito. O meu objetivo era que todas as fações religiosas se identificassem com o filme.
Deparou com alguma dificuldade nessa produção?
Só deparei com dificuldades. No início foi muito complicado. Tentei humanizar a figura de Cristo e criar alguém que fizesse parte de nós.
O trabalho foi reconhecido…
Não estava à espera de tanto sucesso. O trabalho foi eficaz, apesar de abordar um tema polémico, o filme conseguiu ser transversal.
Qual foi o maior elogio que recebeu?
Da minha mãe. Depois de ver o filme disse que não me reconheceu. Foi, sem dúvida, a melhor crítica.
O rótulo ‘Hot Jesus’ começa a tornar-se cansativo?
Faz-me confusão que um título como ‘Hot Jesus’ se aplique à figura de Jesus Cristo. A minha preocupação é que camufle o que foi feito. A figura de Jesus não tem nada a ver com uma conotação física. É aí que reside a minha indignação.
Neste momento está a gravar a série norte-ameri-cana The Messengers. Como estão a correr as gravações?
Muito bem. Vamos terminar as filmagens da primeira temporada antes do Natal. A segunda terá início em julho de 2015. É uma série produzida pela CBS e conta a história de um mundo apocalíptico à beira do colapso.
A data de estreia está prevista para fevereiro. Que personagem vai interpretar?
Muito oposta à figura de Jesus Cristo. A minha personagem é The Man, e representa o mal que existe no Mundo. É uma série que aborda o lado maldoso e manipulador do homem. Após o sucesso que alcançou, recebeu vários convites... Quais é que prenderam a sua atenção?
Aqueles com que não estou num registo familiar e confortável. Gosto de personagens que me deixam aflito e em apuros. É a única forma de evoluir e de crescer enquanto ator.
Tem algum projeto em mente ainda desconhecido dos portugueses?
Nunca escondi o sonho da realização. Tenho uma enorme vontade de o fazer. Gostava de contar a história no seu todo e não ser apenas uma parte. Trabalho todos os dias para que a longo prazo possa alcançar isso.
A fama deixou-o exposto? Sentiu a sua privacidade ameaçada?
Não. Depois de fazer de Jesus Cristo o público tornou-se mais expressivo e carinhoso. Sinto-me um privilegiado.
Tenta ser simpático quando abordado na rua?
Faz parte da minha educação e da forma como fui criado. Sou uma pessoa igual às outras. Quando me abordam na rua só me apetece agarrar as pessoas e dar-lhes beijinhos [risos]. Hollywood é descrita como a terra dos sonhos. Também o foi para si?
Nos Estados Unidos todas as pessoas têm uma hipótese. Todas têm uma oportunidade de dois ou três minutos para provarem o que valem. De outra forma eu não teria conseguido. Ser famoso nos EUA era um sonho?
Nunca quis ser ator. De repente fui apanhado nesta profissão e aos 21 anos fui obrigado a escolher. Percebi que representar era a minha paixão. Os EUA vieram depois.
Que conselho dá aos atores portugueses que ambicionem chegar lá?
Há que ser honesto no que se faz. Para fazer a diferença, um ator tem de ser autêntico. Como surgiu o convite para o filme ‘Virados do Avesso’?
Muito repentino. Da mesma forma que o recebi, li o guião e aceitei. Na altura estava a gravar a série ‘The Messengers’, mas aproveitei um intervalo de duas semanas para a rodagem.
Como se preparou para a personagem?
Confesso que tive o trabalho facilitado. Tentei perceber como é que o público reagiria se de repente se visse numa situação como esta. É brincar com um estereótipo.
Faz par romântico com o ator Jorge Corrula. Sentiu algum desconforto?
Desconforto não, mas houve momentos muito curiosos. Gravámos uma cena em que ambos estávamos nus. Ao fim do segundo take partimo-nos a rir. Trabalhar com o Jorge foi fantástico. É alguém que conheço há muitos anos e com quem me dou muito bem.
Como descreve o ambiente nas gravações?
Muito bom. Fazer uma comédia sem nos divertirmos seria impensável.
Qual é o seu objetivo principal enquanto ator?
Procuro que cada coisa que faça seja completamente diferente da anterior.
Quando falamos do Diogo Morgado estamos a falar de quem?
Sou alguém que tem a sorte de trabalhar naquilo que ama.
O que é que as pessoas não sabem sobre si?
Sou uma pessoa muito reservada e há certos pormenores que prefiro guardar para mim. Tenho necessidade de privacidade e defendo-a com unhas e dentes.
Gosta de futebol? Qual é o seu clube?
Não sou grande fã [risos]. Só vejo futebol quando joga a Seleção.
Quem são os seus maiores críticos?
O pior de todos sou eu.
Gosta de ouvir críticas?
Passo bem sem elas. Até das positivas.
Não gosta de receber elogios?
Não sei recebê-los. Tenho a tendência para contrariar as pessoas. Tenho de aprender a ouvir e a agradecer.
A cultura e a arte continuam a ser preteridas no nosso país?
Sim. A cultura é sempre a última prioridade no que diz respeito às agendas do Governo. Somos sempre a ovelha ronhosa.
Considera que o público é alheio à cultura?
Não crescemos com o hábito de ir ao teatro. É natural que isso se reflita nos investimentos. Mas acredito que o público está a ficar diferente. O Mundo globalizou-se...
Quais são as maiores diferenças de produção entre Portugal e os EUA?
A população. O número é um fator determinante.
É casado com Cátia Oliveira. Fruto da vossa união nasceu Santiago, de cinco anos. Como foi a adaptação aos EUA?
Tem sido progressiva. Vivemos sempre um dia de cada vez.
O Santiago já fala inglês?
Neste momento o Santiago é bilingue. Fala inglês melhor do que eu [risos].
Gostava que ele crescesse em Portugal?
O Santiago cresce em Portugal. Só está nos Estados Unidos quando estou a trabalhar. Portugal é a minha casa. Sou português.
Sonha em aumentar a família?
Sim. Gostava de ter uma menina. Sou muito pai galinha.
Como é para eles ter um marido e um pai famoso?
É a realidade do dia a dia.
Como lidam com o seu mediatismo?
Bem, como têm de lidar. Mas é mais curioso perguntar como é que se sentem os filhos do Sócrates. É seguramente mais estranho. [risos].
Do que é que sente mais falta quando está lá fora?
Sem dúvida da comida portuguesa.
Convive com muitos portugueses nos EUA?
Não encontro muitos. A Daniela Ruah é capaz de ser a minha única amiga portuguesa. Portugal é um bom país para acolher pessoas? Somos dos países mais hospitaleiros que conheço.
E para se viver?
Também. É complicado, mas, se a pessoa estiver bem financeiramente, é dos melhores. Se quiser criar e desenvolver, há que ter consciência de que é um país que apresenta muitas dificuldades.
Que mensagem gostaria de deixar? É importante sermos gratos por aquilo que temos. Passamos muito tempo a correr atrás de coisas que não valem nada. Subir a montanha é mais interessante. A viagem é o mais importante.
http://www.cmjornal.xl.pt/tv_media/detalhe/diogo_morgado_tenho_necessidade_de_privacidade.html
"Todos dizem ser forte o rio que tudo arrasta. Ninguém diz serem fortes, as margens que o comprimem"
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
Diogo Morgado fala de " Virados ao Avesso" no Noticias ao minuto
Diogo Morgado
"O país está um bocadinho do avesso"
A viver nos EUA, onde está a gravar participação numa série televisiva da CBS, o ator português, 34 anos, encontra-se em Portugal a promover o filme 'Virados do Avesso'.
FAMA
O ator português, que se tornou conhecido como Hot Jesus ao interpretar, em 2012, Jesus Cristos na série de televisão A Bíblia, do Canal História, fez uma pausa nas gravações da série The Messengers, que estão a decorrer nos EUA para se deslocar até Lisboa.
"Há, de facto, várias comédias a acontecer no nosso país. Fiquei doido quando ouvi dizer que um ex-primeiro ministro [José Sócrates] está preso. Como é que nós vamos conseguir competir com uma comédia destas?", ironizou Diogo Morgado, que protagoniza a comédia portuguesa Virados do Avesso, e está desde ontem em Portugal.
"Vou ficar cá por muito pouco tempo, vão ser apenas quatro dias. Estou no meio da rodagem da série, assim que acabar a promoção do Virados do Avesso volto para os EUA", afirmou à margem do cocktail de apresentação do filme realizado por Edgar Pêra, que decorreu ontem à noite, em Belém.
Diogo Morgado garante que os portugueses vão divertir-se durante o visionamento do filme. "O país está um bocadinho do avesso. Estamos todos a precisar de uma pausa e de nos rirmos um pouco. A única diferença é que esta comédia dá-nos vontade de rir, a outra dá-nos vontade de chorar", disse o ator que dá vida a um escritor que se esquece que é gay e se transforma num heterossexual.
Também Jorge Corrula, que na trama faz par romântico com Diogo Morgado, garantiu que Virados do Avesso vai despertar o riso entre o público. "Não tenho dúvidas de que durante hora e meia quem for ver o filme vai esquecer o estado do país. Mas é bom que não esqueçam! (risos)", disse a rir-se.
Por sua vez, o consagrado ator e realizador Nicolau Breyner, que integra igualmente o elenco do filme, garantiu: "É mais uma aventura. É um filme que é um ato de coragem. É uma comédia pura e dura, é tão somente um exercício de divertimento".
domingo, 23 de novembro de 2014
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Diogo Morgado " Tenho sigo «bafejado» por alguma sorte" - Entrevista ao atelevisão
Diogo Morgado " Tenho sigo «bafejado» por alguma sorte"
Virados do Avesso é o próximo filme português que terá Diogo Morgado como protagonista. O ator esteve durante três semanas em Portugal para gravar a comédia realizada por Edgar Pêra. «É um filme interessantíssimo», diz Diogo Morgado.
Diogo Morgado descreveu a sua personagem ao A Televisão. «É um tipo absolutamente normal, tem a sua vida. Acorda um dia e de repente tem o melhor amigo na sua cama. Ele não percebe o que se passa. Basicamente percebemos que ele teve um derrame cerebral (teve amnésia) e esqueceu-se que é gay. Portanto, acorda num mundo um pouco cor-de-rosa, um pouco alterado. Entretanto, há um encontro e desencontro… A família que já tinha aceite que ele era gay, ele vai ter que dizer: “Não, mas eu não sou!” / “Mas como é que não és?”. Além de Virados do Avesso, o ator também protagoniza Presa, uma curta-metragem da produtora algarvia New Light Pictures. «Foi um gozo tremendo participar nessa curta. Estou muito ansioso para ver o resultado final». A estreia de Presa deverá acontecer ainda este ano, no Algarve.
À pergunta «Como é que tens vivido toda esta agitação?», Diogo Morgado reagiu de forma descontraída. «Tem sido absolutamente normal. É uma carreira que tem evoluído, graças a Deus, mas a verdade é que tem sido uma coisa muito, muito progressiva. Um passo de cada vez e as coisas têm acontecido. Tenho sido “bafejado” por alguma sorte, e isso não nego, mas também tenho convidado a sorte a aparecer de vez em quando». O ator sublinhou ainda que não costuma recusar convites. «Eu não recuso nada. Eu aceito tudo, o que for possível e que haja disponibilidade para fazer. Neste caso, houve disponibilidade por parte da série que eu estou a gravar nos Estados Unidos, de me libertar para puder fazer a rodagem do filme [Virados do Avesso], e voltei».
http://www.atelevisao.com/famosos/diogo-morgado-tenho-sido-bafejado-por-alguma-sorte/
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