Heroi Discreto
Toda a gente fala de Diogo Morgado. E nem Oprah Winfrey resistiu a levá-lo ao seu programa depois de uma interpretação única como Jesus Cristo em The Bible. Desde os 15 anos que lança charme e talento nos nossos ecrães de televisão, no palco de vida do teatro e no grande sonho do cinema, mas pouco sabemos sobre ele. Sentámo-nos a conversar sobre trabalho e a simplicidade de tudo o que é maior.
Diogo Morgado corre num terraço sobre o Bairro Alto, em Lisboa. Salta como um atleta e olha de soslaio e encanto para a objectiva de Rui Aguiar. Cai uma chuva miúda e copiosa, como se não existisse, e uma voz feminina canta Ave Maria de Schubert e atravessa os telhados das imediações do Conservatório. Sorrimos. Por estes dias todos lhe chamam " Hot Jesus", desde que The Bible, série produzida pelo americano Mark Burnett e Roma Downey para o canal História, chegou á televisão portuguesa. O ator não voltará a ser o mesmo. E nós não olharemos para ele da mesma maneira.
Veste camisa e Jeans soltos e o seu sorriso franco e disponivel enche o espaço. Discreto, quase silencioso, Diogo Morgado tem gestos e traços de nobreza suavizados numa simplicidade anónima e generosa. " De certeza que quer ir conversar para o café?", sorri. É dos mais conhecidos rostos de televisão , mas a sua normalidade alheia-nos do sucesso. Entramos num estúdio forrado a carpete preta iluminado por uma janela que preojecta no chão uma luz timida e brilhante sob a qual nos sentamos. Diogo encosta-se á penumbra da parede. "Prefere uma cadeira?" Adoramos estar no chão, respondemos. "Eu também", sorri.
Veste camisa e Jeans soltos e o seu sorriso franco e disponivel enche o espaço. Discreto, quase silencioso, Diogo Morgado tem gestos e traços de nobreza suavizados numa simplicidade anónima e generosa. " De certeza que quer ir conversar para o café?", sorri. É dos mais conhecidos rostos de televisão , mas a sua normalidade alheia-nos do sucesso. Entramos num estúdio forrado a carpete preta iluminado por uma janela que preojecta no chão uma luz timida e brilhante sob a qual nos sentamos. Diogo encosta-se á penumbra da parede. "Prefere uma cadeira?" Adoramos estar no chão, respondemos. "Eu também", sorri.
"Considero-me mais ligado ao campo do que á cidade", diz-nos quando referimos as suas origens. Nasceu em Lisboa, foi criado no Fogueteiro e passava as férias grandes no Alentejo com a familia do pai. " Vivi 4 meses em Lisboa, no Largo do Rato, e percebi que é a montra mais bonita que conheço. E como todas as montras, é bonita vista de fora. Gosto de viver tranquilo". Lembra que acordava na capital coma sensação de estar sempre atarsado para as coisas e resolveu regressar á Margem Sul. E quando tem de ir trabalhar para uma cidade, prefere alojar-se na periferia. " Gosto da relatividade do tempo, que passa de maneira diferente", explica. " Há uma simplicidade e rudeza nas pessoas que é muito genuina, sem máscaras, não há a necessidade de agradar a ninguém. Há uma noção exata das necessidades que temos. Porque precisamos de muito menos para viver do que julgamos. ".
Estudou nas áreas cientifico-naturais - " Estranho, não é?" - começou a trabalhar aos 15 anos e só voltou a estudar aos 21 anos para terminar o liceu. " Estive seis anos a experimentar, a saber se acrescentava alguma coisa a este meio, se me sentia bem. Só pensava em contar histórias, seja a escrever, realizar, comunicar com as pessoas. Tinha de me aplicar, para que deixasse de ser uma aventura, para ser uma profissão." Um dos seus amigos de infância gostava de Moda e teve a ideia de tirar fotografias para um concurso. " vestimos roupa que a mãe dele tinha e que nunca tinha visto - coletes á cowboy, calças á boca de sino. Ele acabou por me fotagrar também e enviar." Assim começou a trabalhar como manequim, mas a sua motivação era apenas "ganhra uns trocos", confessa, " nunca tive muito jeito". Passados uns meses fez um casting para figurante com algumas falas numa telenovela e pedem-lhe para fazer a leitura de uma personagem. O resultado foi Terra Mãe (1998" a primeira de Rui Vilhena e a estreia de Diogo na televisão. Depois fez uma audição para uma peça de teatro e estreou-se no Maria Matos. Entrou em Diário de Maria (1998), A Lenda da Garça (2000) e A Febre do Ouro Negro (2000), mas foi com Amo-te Teresa (telefilme de 2000) que comecçou a ser reconhecido na rua " Antes era uma das personagens que interpretava, a partir dai passei a ser o Diogo Morgado.".
Agora acaba de dar um salto no espaço. Gravou Star Crossed com produção bilingue, o filme foi a um festival e um agente americano entrou em contacto com ele. Tem duas produções a estrear: The Red Butterfly (2012), de Jon Alston, e Born to Race - Fast Track, de Alex Ranarivelo.
O primeiro, que estreia agora nos Estafos Unidos, foi filmado logo a seguir a Laços de Sangue (que, em 2011, ganhou o Emmy para a melhor telenovela) e nele interpreta o papel de um guitarista em sobrevivência em Hell´s Kitchen, simbolo da multicultural Nova Iorque. " É um filme muito duro, de sobrevivência", descreve, " a história de um guitarista fustrado á espera do sonho americano. Envolve-se em drogas e em todo o tipo de vicios." Ou seja, tudo o que Diogo Morgado não é. " Senti-me um poucio deslocado e a personagem também, e isso foi muito bom."
Born to Race é um " Top Gun de carros", com os melhores corredores do mundo onde ele faz o papel de "mau", diz numa careta.
O projecto que o catapultou foi a série The Bible. Elogiado por todos, incluindo pela propria Oprah Winfrey, que o convidou para ir ao seu programa, Diogo Morgado subiu a escada do sicesso. Cresceu como ator e ainda mais como pessoa. " Não esperava o impacto, avancei com a minha versão do que acredito que foi a história de Jesus", explica. Interpretar uma personagem com tanto peso e simbolismo não é para qualquer um. " Não o senti como uma personagem, mas como alguém bastante vivo, nas pessoas, diariamente. Todas as representações que vi de Jesus Cristo davam muita importância ás palavras, eu tentei que as palavras fossem uma consequência dele, do que Ele era. Imagina um forasteiro chegar a uma cidade e sorrir para as pessoas - devia ser magnetizante! E o que dizia ainda era mais. Numa altura em que os falsos profetas eram imensos, as crucificações recorrentes, o que fez paradurar até hoje? Acho que ver com a sua relação com as crianças, as portadoras da nova esperança." Conta que no episódio do templo, quando Jesus diz que será reconstruido em três dias, a maneira como o dizia "soava a ameaça". Pediu para trazerem uma criança para o set e ajoelhou-se ao pé dela dizendo o mesmo texto como se contasse uma históriade encantar. " Mudou completamente", recorda. Batizado e educado numa familia tradicional católica, Diogo conhecia alguns exertos do texto sagrado, mas agora olhou para ele com pormenor. " Há muita coisa em comum nas diferentes religiões. E o mais importante são as mensagens de amor, esperança e compaixão. Fiquei com isso á flor da pele ... Com a nitida certeza de que estamos neste mundo mais para os outros do que para nós próprios." Tem fé?, perguntamos. "Tenho, mas não sou partidário", sorri. A cena da crucificação, que demorou 3 dias filmar, é muito falada e um assunto delicado. " É independente do que se acredita, é uma história muito poderosa, de um altruismo absoluto.Deviamos refletir sobre ela", comove-se.
Entusiasma-se quando fala no processo de um novo trabalho. Quando o guião é fotocopiado para a equipa e todos fazem a sua leitura. " O que me fascina são aqueles 20% que ficam fora da página, o que, de alguma forma, garante que se possa fazer alguma coisa diferente. Porque o que faço hoje é um pouco recriar, quero que seja único. Adoro aquela vertigem nervosa de poder estar a fazer qualquer coisa irrepetivel" E confessa que, desde miúdo, nunca vai relaxado para nada: "Porque quero muito fazer e sentir que foi especial." Quando começou, aos 15 anos, o mercadoera completamente diferente. Havia uma novela da RTP por ano, peças de taeatro, e muito esporadicamente uma série. " Tenho sido um privilegiado, nunca tiove um interregno ... E ainda hoje é o que sinto." Perguntaram-lhe se pensava morar nos Estados Unidos e Diogo disse que não. Faz tudo por video casting e vai a uma reunião quando está num lote selecionado de 3 atores. E assim tem sido nos ultimos 3 anos. O que o agarra por cá são as coisas inimaginalmente simples. Ri-se a falar disso, imune ao preconceito que acrdita que o estrelato vem com a falsa modéstia. " Ainda hoje sou maluco por uma grande fatia de pão alentejano com manteiga", brinca. " O mundo inteiro anda á procura de qualquer coisa e tem coisas maravilhosas todos os dias ... Temos sempre a tendência de querer outra coisa ou de Põr a expectativa, e a felicidade, no outro ou fora de nós. E não é assim. Quando te sentes bem em todas as coisas que és, nas porcarias e nas virtudes, e aprendes a aceitá-las, vês de maneira diferente. Pensamos « No dia em conseguir aquilo é que vai ser!» E depois percebes que quando estavas lá no fundo tinha muito mais piada. Estou cá quando, agora, era o melhor momento para estar nos Estados Unidos. Cá somos muito mais válidos do que num tanque cheio deles, lá és o operário. Em POrtugal, sinto que terei uma voz mais ativa. Há muita coisa mal feita e pouca coisa bem feita e muito para fazer."
Também por isso, Diogo Morgado fez-se á estrada para realizar Eu Sou Portugal, um documentário sobre o que é ser português. Na sua experiência nos Estados Unidos, viu-se rodeado de pessoas que não faziam a minima ideia do que era Portugal, "dei por mim a olhar de outra maneira", conta. Assim, associado á iniciativa Porugal o Melhor Destino, que convidava pessoas a fotografar a sua região, resolveu fazer um filme sobre o assunto. Percorreu o País numa semana a falar com as pessoas. Percebeu que ocupavam a maoiria do tempo de antena a dizer o que estava mal, mas o resto, que era o que ele queria realmente ouvir, foi o que usou. " Orgulho-me deste trabalho e quero fazer mais", avisa. Suprendeu-se com a hospitalidade das pessoas que, sem o conhecerem (esteve sempre de boné e óculos escuros), lhe ofereceram ovos e tomates e leite para levar para casa. " As pessoas dão o que têm. Quanto mais difilculdades, mais altruistas nos tornamos." É um orgulhoso português? " Sou. Para o bem e para o mal. Gosto da simplicidade, que é cultural - e que não é humildade. Por muito que pense e viva outras coisas, está no meu ADN português. E somos um povo estremamente trabalhador." Refere o monólogo de Rita Blanco em La Cage DorÉe (de Rubem Alves, que estreia em Agosto), a personagem da senhora das limpezas de um condominio que explica como faz o seu trabalho. " Fala de limpar como se fosse um poema."
Lembramos muito bem o papel de Diogo Morgado como Salazr em A Vida Privada de salazar (2009, minisérie de Jorge Queiroga) e no filme A Selva (2002, de Leonel Vieira). Tamém fez papeis nos filmes espanhois Dos Rivales Casi Iguales (2007) e Miami Blue (2010) de Miguel Ángel Calvo Buttini.
È inevitável perguntar-lhe qual o seu meio preferido, e ele já estava á espera. " Há um lado instantâneo na televisão que me fascina imenso. È uma prova de resistência fantástica. Um jogo, um duelo. O teatro leva a exploração da história até ás últimas consequências, são meses, as palavras, os silêncios. Mas o cinema é o que te traz mais perto da imortalidade." O seu proximo projecto é na televisão, uma novela que esttreia em setembro. Diogo Morgado não pára. " Não sou fã de férias. Tudo o que seja mais de uma semana fico logo com comichão!.", ri-se. E quando não está a trabalhar, está a ler peças e a pensar se as pode fazer (adaptou com Rui Unas Pedras nos Bolsos, uma peça irlandesa que levou á Malaposta). " Ás vezes até me espanto que me paguem!" Depois, do pouco que lhe sobra vai ao cinema, ás vezes "hiberna" no sofá a ver filmes ou séries de seguida. "Gosto de trabalhar, porque quando não estou a trabalhar sou uma seca". ri-se. "Ah! Também gosto muito de comer e de cozinhar e de experimentar restaurantes." E de ir aos mesmos sitios, onde as pessoas já o conhecem, até estacionar no mesmo lugar. " É isso, não consigo deixar essas coisas e ir lá para fora. É tudo o que sou e mefaz feliz." E quando viaja leva a familia atrás, ""tipo cigano".
Quando lhe perguntamos qual é a grande herança que quer deixar ao filho Santiago, Diogo responde sem pensar muito: " Ser honesto. È o mais imprtante. As pessoas têm de particar a honestidade, é muito fácil deixarmos de o ser sem nos apercebermos. Pimeiro connosco e depois com os outros. Se for um exercicio diário, fomentamos isso á nossa volta. Dizer a veradde é gostar daquela pessoa. Dizer o que se sente, mesmo que não seja do agrado do outro. Pode demorar mais tempo a crescer para seja o que for, mas quando chegas lá vais ser melhor."
Estudou nas áreas cientifico-naturais - " Estranho, não é?" - começou a trabalhar aos 15 anos e só voltou a estudar aos 21 anos para terminar o liceu. " Estive seis anos a experimentar, a saber se acrescentava alguma coisa a este meio, se me sentia bem. Só pensava em contar histórias, seja a escrever, realizar, comunicar com as pessoas. Tinha de me aplicar, para que deixasse de ser uma aventura, para ser uma profissão." Um dos seus amigos de infância gostava de Moda e teve a ideia de tirar fotografias para um concurso. " vestimos roupa que a mãe dele tinha e que nunca tinha visto - coletes á cowboy, calças á boca de sino. Ele acabou por me fotagrar também e enviar." Assim começou a trabalhar como manequim, mas a sua motivação era apenas "ganhra uns trocos", confessa, " nunca tive muito jeito". Passados uns meses fez um casting para figurante com algumas falas numa telenovela e pedem-lhe para fazer a leitura de uma personagem. O resultado foi Terra Mãe (1998" a primeira de Rui Vilhena e a estreia de Diogo na televisão. Depois fez uma audição para uma peça de teatro e estreou-se no Maria Matos. Entrou em Diário de Maria (1998), A Lenda da Garça (2000) e A Febre do Ouro Negro (2000), mas foi com Amo-te Teresa (telefilme de 2000) que comecçou a ser reconhecido na rua " Antes era uma das personagens que interpretava, a partir dai passei a ser o Diogo Morgado.".
Agora acaba de dar um salto no espaço. Gravou Star Crossed com produção bilingue, o filme foi a um festival e um agente americano entrou em contacto com ele. Tem duas produções a estrear: The Red Butterfly (2012), de Jon Alston, e Born to Race - Fast Track, de Alex Ranarivelo.
O primeiro, que estreia agora nos Estafos Unidos, foi filmado logo a seguir a Laços de Sangue (que, em 2011, ganhou o Emmy para a melhor telenovela) e nele interpreta o papel de um guitarista em sobrevivência em Hell´s Kitchen, simbolo da multicultural Nova Iorque. " É um filme muito duro, de sobrevivência", descreve, " a história de um guitarista fustrado á espera do sonho americano. Envolve-se em drogas e em todo o tipo de vicios." Ou seja, tudo o que Diogo Morgado não é. " Senti-me um poucio deslocado e a personagem também, e isso foi muito bom."
Born to Race é um " Top Gun de carros", com os melhores corredores do mundo onde ele faz o papel de "mau", diz numa careta.
O projecto que o catapultou foi a série The Bible. Elogiado por todos, incluindo pela propria Oprah Winfrey, que o convidou para ir ao seu programa, Diogo Morgado subiu a escada do sicesso. Cresceu como ator e ainda mais como pessoa. " Não esperava o impacto, avancei com a minha versão do que acredito que foi a história de Jesus", explica. Interpretar uma personagem com tanto peso e simbolismo não é para qualquer um. " Não o senti como uma personagem, mas como alguém bastante vivo, nas pessoas, diariamente. Todas as representações que vi de Jesus Cristo davam muita importância ás palavras, eu tentei que as palavras fossem uma consequência dele, do que Ele era. Imagina um forasteiro chegar a uma cidade e sorrir para as pessoas - devia ser magnetizante! E o que dizia ainda era mais. Numa altura em que os falsos profetas eram imensos, as crucificações recorrentes, o que fez paradurar até hoje? Acho que ver com a sua relação com as crianças, as portadoras da nova esperança." Conta que no episódio do templo, quando Jesus diz que será reconstruido em três dias, a maneira como o dizia "soava a ameaça". Pediu para trazerem uma criança para o set e ajoelhou-se ao pé dela dizendo o mesmo texto como se contasse uma históriade encantar. " Mudou completamente", recorda. Batizado e educado numa familia tradicional católica, Diogo conhecia alguns exertos do texto sagrado, mas agora olhou para ele com pormenor. " Há muita coisa em comum nas diferentes religiões. E o mais importante são as mensagens de amor, esperança e compaixão. Fiquei com isso á flor da pele ... Com a nitida certeza de que estamos neste mundo mais para os outros do que para nós próprios." Tem fé?, perguntamos. "Tenho, mas não sou partidário", sorri. A cena da crucificação, que demorou 3 dias filmar, é muito falada e um assunto delicado. " É independente do que se acredita, é uma história muito poderosa, de um altruismo absoluto.Deviamos refletir sobre ela", comove-se.
Entusiasma-se quando fala no processo de um novo trabalho. Quando o guião é fotocopiado para a equipa e todos fazem a sua leitura. " O que me fascina são aqueles 20% que ficam fora da página, o que, de alguma forma, garante que se possa fazer alguma coisa diferente. Porque o que faço hoje é um pouco recriar, quero que seja único. Adoro aquela vertigem nervosa de poder estar a fazer qualquer coisa irrepetivel" E confessa que, desde miúdo, nunca vai relaxado para nada: "Porque quero muito fazer e sentir que foi especial." Quando começou, aos 15 anos, o mercadoera completamente diferente. Havia uma novela da RTP por ano, peças de taeatro, e muito esporadicamente uma série. " Tenho sido um privilegiado, nunca tiove um interregno ... E ainda hoje é o que sinto." Perguntaram-lhe se pensava morar nos Estados Unidos e Diogo disse que não. Faz tudo por video casting e vai a uma reunião quando está num lote selecionado de 3 atores. E assim tem sido nos ultimos 3 anos. O que o agarra por cá são as coisas inimaginalmente simples. Ri-se a falar disso, imune ao preconceito que acrdita que o estrelato vem com a falsa modéstia. " Ainda hoje sou maluco por uma grande fatia de pão alentejano com manteiga", brinca. " O mundo inteiro anda á procura de qualquer coisa e tem coisas maravilhosas todos os dias ... Temos sempre a tendência de querer outra coisa ou de Põr a expectativa, e a felicidade, no outro ou fora de nós. E não é assim. Quando te sentes bem em todas as coisas que és, nas porcarias e nas virtudes, e aprendes a aceitá-las, vês de maneira diferente. Pensamos « No dia em conseguir aquilo é que vai ser!» E depois percebes que quando estavas lá no fundo tinha muito mais piada. Estou cá quando, agora, era o melhor momento para estar nos Estados Unidos. Cá somos muito mais válidos do que num tanque cheio deles, lá és o operário. Em POrtugal, sinto que terei uma voz mais ativa. Há muita coisa mal feita e pouca coisa bem feita e muito para fazer."
Também por isso, Diogo Morgado fez-se á estrada para realizar Eu Sou Portugal, um documentário sobre o que é ser português. Na sua experiência nos Estados Unidos, viu-se rodeado de pessoas que não faziam a minima ideia do que era Portugal, "dei por mim a olhar de outra maneira", conta. Assim, associado á iniciativa Porugal o Melhor Destino, que convidava pessoas a fotografar a sua região, resolveu fazer um filme sobre o assunto. Percorreu o País numa semana a falar com as pessoas. Percebeu que ocupavam a maoiria do tempo de antena a dizer o que estava mal, mas o resto, que era o que ele queria realmente ouvir, foi o que usou. " Orgulho-me deste trabalho e quero fazer mais", avisa. Suprendeu-se com a hospitalidade das pessoas que, sem o conhecerem (esteve sempre de boné e óculos escuros), lhe ofereceram ovos e tomates e leite para levar para casa. " As pessoas dão o que têm. Quanto mais difilculdades, mais altruistas nos tornamos." É um orgulhoso português? " Sou. Para o bem e para o mal. Gosto da simplicidade, que é cultural - e que não é humildade. Por muito que pense e viva outras coisas, está no meu ADN português. E somos um povo estremamente trabalhador." Refere o monólogo de Rita Blanco em La Cage DorÉe (de Rubem Alves, que estreia em Agosto), a personagem da senhora das limpezas de um condominio que explica como faz o seu trabalho. " Fala de limpar como se fosse um poema."
Lembramos muito bem o papel de Diogo Morgado como Salazr em A Vida Privada de salazar (2009, minisérie de Jorge Queiroga) e no filme A Selva (2002, de Leonel Vieira). Tamém fez papeis nos filmes espanhois Dos Rivales Casi Iguales (2007) e Miami Blue (2010) de Miguel Ángel Calvo Buttini.
È inevitável perguntar-lhe qual o seu meio preferido, e ele já estava á espera. " Há um lado instantâneo na televisão que me fascina imenso. È uma prova de resistência fantástica. Um jogo, um duelo. O teatro leva a exploração da história até ás últimas consequências, são meses, as palavras, os silêncios. Mas o cinema é o que te traz mais perto da imortalidade." O seu proximo projecto é na televisão, uma novela que esttreia em setembro. Diogo Morgado não pára. " Não sou fã de férias. Tudo o que seja mais de uma semana fico logo com comichão!.", ri-se. E quando não está a trabalhar, está a ler peças e a pensar se as pode fazer (adaptou com Rui Unas Pedras nos Bolsos, uma peça irlandesa que levou á Malaposta). " Ás vezes até me espanto que me paguem!" Depois, do pouco que lhe sobra vai ao cinema, ás vezes "hiberna" no sofá a ver filmes ou séries de seguida. "Gosto de trabalhar, porque quando não estou a trabalhar sou uma seca". ri-se. "Ah! Também gosto muito de comer e de cozinhar e de experimentar restaurantes." E de ir aos mesmos sitios, onde as pessoas já o conhecem, até estacionar no mesmo lugar. " É isso, não consigo deixar essas coisas e ir lá para fora. É tudo o que sou e mefaz feliz." E quando viaja leva a familia atrás, ""tipo cigano".
Quando lhe perguntamos qual é a grande herança que quer deixar ao filho Santiago, Diogo responde sem pensar muito: " Ser honesto. È o mais imprtante. As pessoas têm de particar a honestidade, é muito fácil deixarmos de o ser sem nos apercebermos. Pimeiro connosco e depois com os outros. Se for um exercicio diário, fomentamos isso á nossa volta. Dizer a veradde é gostar daquela pessoa. Dizer o que se sente, mesmo que não seja do agrado do outro. Pode demorar mais tempo a crescer para seja o que for, mas quando chegas lá vais ser melhor."
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