"Todos dizem ser forte o rio que tudo arrasta. Ninguém diz serem fortes, as margens que o comprimem"

sábado, 9 de maio de 2009

Vedetas imunes à crise

Ao contrário do que aconteceu em Inglaterra, onde a BBC cortou nos salários das vedetas, por cá a atitude parece ser outra. Há quem esteja a ganhar mais. Apenas as presenças em eventos já não se negoceiam pelo preço mais alto.

A crise chegou a todos e nem os canais de televisão escapam aos efeitos da recessão. Por cá, a SIC dispensou 50 funcionários, mas poupou as vedetas. No que respeita a salários mais chorudos, os mais bem pagos pelas televisões ainda não sentirem os efeitos da conjuntura económica nos seus bolsos.

O JN quis conhecer o que se passa no panorama actual dos canais nacionais, mas só a SIC deu resposta em tempo útil. Segundo Nuno Santos, director de Programas da estação de Carnaxide, "os apresentadores da SIC têm valores muito razoáveis e ajustados à realidade de hoje no mercado". Tanto a RTP como a TVI não se pronunciaram em tempo útil.

Ao que o JN apurou, os ordenados das vedetas portuguesas estão distantes dos salários milionários praticados em Inglaterra, Estados Unidos ou até Espanha. E não foram alterados na sequência do aperto económico.

Por cá, um apresentador de topo ganha entre 15 e 20 mil euros por mês. O mesmo valor é arrecadado por actrizes exclusivas de um canal. Cláudia Vieira, Rita Pereira, Diogo Morgado e Diana Chaves estão entre as mais bem pagos da ficção nacional.

Aliás, segundo uma fonte próxima dos actores, "a Rita e o Diogo viram os seus contratos melhorados em Janeiro". Um estatuto garantido por quem tem exclusividade com uma estação. Em termos de agências de estrelas, e a título de exemplo, a Glam (a quem pertence Diana Chaves) tem treze contratos de exclusividade, e a L'Agence (que representa Cláudia Vieira) tem seis.

Regalias que garantem estabilidade, "pelo menos, durante os três ou quatro anos em que dura o contrato". Quem o diz é o assessor da L'Agence Portugal, João Bello. "Os nossos agenciados estão, para já, salvaguardados da crise e as propostas que temos em cima da mesa também não são más", assegura.

Se os salários se mantêm inalterados, o mesmo não se pode dizer dos cachês cobrados por presenças em eventos. Agora, "os clientes apostam numa figura de topo apenas ou, então, em várias figuras públicas de valor mais baixo", explica um profissional ligado ao meio. Apesar da recessão, ainda há quem pague 1500 euros para ter Merche Romero ou Diana Chaves numa festa. Rita Pereira custa cerca de 2 mil euros. Outro sector que também se ressente "é o da publicidade", garante Beatriz Lemos, director da Glam.

A BBC assumiu, sem complexos, a crise e já anunciou que vai reduzir os avultados salários dos seus principais apresentadores e executivos. O ajuste será feito no final dos contratos. Nessa altura, a cadeia britânica vai apresentar novas propostas e os ordenados poderão baixar até 25%. Por lá, cerca de 40 ganham mais de 1,37 milhão de dólares ao ano, sendo que 10 ganham o dobro.

Mas não é só na Europa que o audiovisual sobre com a crise. No Brasil, a Rede TV! foi a primeira a acusar "crash", prevendo corte de gastos a todos os níveis. Entre as medidas esperadas, conta-se a demissão de quadros e a redução de programação própria.

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